sábado, 12 de novembro de 2011

"!"

A minha alma está se enchendo de fantasmas.
Da insegurança. Da indecisão. Do medo do novo.

Porém, muitas vezes os fantasmas tornam-se
pequenas aspas de compreensão,
e fica notório em mim,
o amadurecimento que sempre desabrochou.

Mata borrão

Um travesseiro pétreo.
Uma cabeça cheia de nuvens pesadas e púmbleas.
Uma agonia sem descanso,
e uma espera que me deixa atada numa camisa de força.

Cansei...

O sonho que tantas vezes esteve agarrado na minha mão,
tantas outras vezes foi embora para longe...
Tal qual o vento nas pétalas de um dente-de-leão.

Saíste do tom

Não quero mais o seu tom.
Azedou todo o doce que tinha em mim.
Sabe quando o ponto desunera?
Pois bem, estou toda desunerada,
e por você já não posso fazer mais nada.

domingo, 25 de setembro de 2011

Eu sou...

Aceito novidades limitidas. Sou cabeça semi aberta.
Só julgo com meias palavras.

Sou uma aventureira territorialista.
E quando parto quero voltar logo.
Eu gosto de ter para onde voltar.
Aliás, não gosto de voar,
gosto de planar.

Gosto de me enraizar,
gosto do meu lugar.
E quando eu o chamo de lar,
não quero mudar.

Sou uma caretinha meio hipócrita.
Na verdade sou bem simplesinha.
Já nasci velha,
para morrer jovem um dia.

Bandido Coração

Óh, bandido coração!
Que queres tu de mim,
se numa mão tens uma faca que dilacera o meu peito,
e com a outra tu juntas os cacos?

Queres uma compreensão tamanha que não cabe mais a mim...

Óh, bandido coração!
Contigo vale a reciprocidade:
dá-me pouco, ganhas pouco.
Ganhas beijo amargo e de mim só um pedaço.

Não sou teu suporte, nem aguento coisas pesadas...

Óh, bandido!
Porque és tão retraído,
tão distraído,
tão intranquilo,
que  põe em perigo a minha sanidade?

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A ferida que não Sara.

A máscara que caiu de ti um dia.
Feriu, doeu, decepcionou.

A doçura que existiu em ti um dia.
Sumiu, evaporou, amargou.

A cada sol que nasce,
a cada lua que se renova,
a minha tristeza não desbota, não descora.

A tua mão muito mal estendida,
a nossa amizade muito mal considerada,
e o perdão nunca pedido (como posso dá-lo?)
Me despedaçam, me afobam, me derrotam.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Só love.

O amor não enxerga,
o amor não tem promessa.
Ele é uma eterna credulidade.

O amor é só verdade,
é sempre comoção,
é sempre sem razão...

O amor não se põe na balança,
pois não há prato que lhe caiba.

Não há coragem que se meça...

O amor não permite corrompimentos,
ele é pureza que exala.

O amor aceita, acredita, venera e admira,
e pra sempre vai se admirando... admirando....

Porque o amor é simplesmente amor. Ele por si só se explica, se define, se admite.
Ame quem puder,
quem acreditar,
quem decidir se entregar.

sábado, 20 de agosto de 2011

...

...E as roupas vão se amontoado... se amontoando...
As tarefas vão se acumulando... se acumulando...
E a preguiça aumentando... aumentando...
...
O tempo vai passando... passando...
O meu coração se apertando... se apertando...
E o meu pranto continua derramando... derramando...

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Quantos corações cabem em mim?

Há uma só vida.
Há uma só alma.
Há um só corpo.
Deveria haver um só coração.

Mas há batidas fortes.
Há descompasso.
Aliás, nunca houve compasso.
(Seria arritmia ou disritmia?)

Cabe tantas emoções.
Cabe tantos amores.
Cabe até mais de uma paixão avassaladora
num mesmo espaço de tempo.

Cabe amores escondidos.
Cabe amores calados.
Há os que todos sabem
e os que ninguém sonhou saber.

Há os que não pediram para entrar.
Há os que eu pedi para que acontecessem.
Há os vividos e não vividos.
Há os que morreram com o tempo,
e há os que eu nunca deixarei morrer.

Há os impossíveis que se tornaram tão possíveis...
Ah... Mas sempre há os impossíveis!

Há os que eu pergunto como existiram algum dia,
e há também, os que um dia, eu terei que vivê-los.

Há, então, nesse descompasso algo diferenciado?
Existe dentro desse peito mais de um Dele?
Quantos Deles têm aqui?