quinta-feira, 14 de maio de 2009

Lenda.

"Dizem que grãos de areia são lágrimas que não foram enxutas. Lágrimas que caíram na terra e cristalizaram. Já as estrelas, são todas as lágrimas que foram consoladas. Evaporaram e subiram ao céu para brilhar.
Assim, desertos foram outrora, terras de pessoas orgulhosas, que no seu orgulho, jamais demonstraram a sua tristeza para alguém. Sempre choravam sozinhos. A tristeza dessas pessoas era tão grande, que suas lágrimas viraram um mar de areia. Já no céu, habitavam as pessoas boas e alegres, que choravam de alegria e sabiam ser tristes. As poucas lágrimas derramadas de tristeza, eram enxugadas por uma mão amiga, onde lágrima alguma jamais caia na terra, todas subiam aos céus para transformá-lo num mar de luz, que até hoje, brilha e consola a todos."

Por cima.

Eu queria estar acima do mundo. Queria poder controlar o seu movimento, e girá-lo de acordo com a minha vontade. Assim, os dias e noites passariam ao meu bem querer e aqueles, aqueles dias em que queríamos apressá-los, para que as tristezas e decepções vividas neles, passassem tão rápido que não houvesse tempo para lembrar. Porque, muito mais difícil que isso, seria ter uma borracha para que pudéssemos apagá-los de nossas vidas.
O contrário também pode acontecer. Interceder na velocidade de um dia para que as alegrias ali vividas e os momentos bons da vida transcorressem por longas horas... Porque muito melhor seria ter um lápis para redesenhar esses dias, sempre que nossos corações estivessem apagados.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Ano Novo

Eram duas irmãs. Parecidas na fisionomia e severamente opostas na personalidade. Possuíam idades muito próximas, mas que não ajudava para amenizar as divergências. Estavam sem se falar há um ano. Nem o espírito natalino fizera as pazes entre as duas. Mas era fim de ano e 2009 prometia surpresas. Uma virou-se para outra e disse: - Me siga. Então sem hesitar a mais nova deixou sua taça de champanhe na mesa e um namorado abobado no sofá e seguiu a irmã. Seguiram livremente pela rua. Festejaram com algumas pessoas, entraram em festas alheias, foram a uma boate dançaram e foram paqueradas. Saíram e encontraram a praia. Em nenhum momento destes falaram uma com a outra. Não houve troca de palavras. Não se preocuparam com a família que foi deixada para trás. Tampouco a família se preocupou, porque sabia que estavam juntas. E para todos isso bastava. Sentadas na praia, quando o sol já resplandecia no primeiro dia do ano, uma virou-se para outra novamente e disse: - Vamos pegar um táxi de volta? Sorriram e voltaram. Cheias de uma imensa alegria.