quarta-feira, 31 de outubro de 2007

O bom gosto da vitória

A menina foi atrás do que queria. Seu melhor amigo virou e disse: “Você não vai conseguir. Se eu pudesse não te ajudaria nessa.” Ela o olhou com amargura e se questionou calada se ele era realmente o seu melhor amigo. Que amigo era aquele que não sabia incentivar? Ela nunca faria isso com ele. Não mesmo. Começou a chorar. Na frente dele. Ah, como ela desejou se matar por causa disso. Mostrou a sua fraqueza. A sua insegurança, porque, o mais provável era ela não conseguir. Era como ir atrás do pote de ouro no fim do arco-íris, num tempo muito curto. Queriam colocar na sua cabeça que aquilo era uma bobagem. Mas não era. Não para ela.
O seu amigo não se compadeceu com suas lágrimas. Ele estava meio transtornado. Talvez mais tarde se arrependesse do que havia dito. Ela sabia que ele não gostava de magoá-la. Mas magoou. Nada não. As lágrimas foram enxutas. O soluço engolido de modo a doer na garganta. E um sentimento que poucas vezes sentira em sua vida veio à tona naquele momento: vingança. Não uma vingança má, de querer dar o troco. Apenas uma vontade de calar a boca daqueles que duvidaram. De mostrar que PODIA e que IA conseguir. Não importa como ou o quanto se esforçasse. Mas era uma questão de honra.
Quinze dias depois. Muito antes do previsto, a menina conseguira. E não hesitou em ligar para seu amigo: “Consegui. A minha festa de formatura vai sair!” O que ela escutou? Uma vibração do outro lado da linha: “ Meus parabéns! Você é demais, sempre consegue o que quer”. Ok, ok talvez ele realmente não tivera a vontade de lhe magoar. Mas estava feliz agora. Era muito bom vencer.

Para trás ou em frente?

Sabe quando você descobre que ir atrás de um sonho pode destruir tantos outros? E você se encontra no dilema sem saber qual deles escolher pra destruir? Lutar e vencer esse é o lema que rege minha vida, e todos que me conhecem devem saber disso. Desafio. Adoro. É difícil? Muito difícil? Então é o que eu quero. Eu quero alçar vôou. Sempre pro alto e avante. Mas tantas coisas me impossibilitam disso... Meu ponto fraco é sentir demais. Eu sinto porque ir atrás do meu sonho significa deixar muitas pessoas que amo pra trás. É fazer os relacionamentos que tanto conquistei entrarem em conflito. E agora eu já não tenho mais tanta certeza assim. O que eu quero pra minha vida? Ser médica. Essa é a resposta. Isso é um sonho. O meu maior sonho. E quantas pessoas não entendem isso? Vou ter que mudar de cidade, de vida, de rotina pra conseguir esse sonho. E será que só as pessoas que vão ficar irão sentir? E eu? O que vou sentir? Medo, insegurança, incerteza. Será que ficar e me acomodar, não seria mais fácil? Tenho que ter muita certeza do que é melhor pra mim. Porque ninguém mais me diz isso. Só eu e eu. Foi a escolha que fiz. E se ela der errado? Se eu não conseguir? E se conseguir será que no fim vou estar plenamente feliz? Orgulhosa de mim? Ou vou ver que deixei coisas para trás que se perderam e que nunca mais vou conquistar?

As pessoas das quais eu precisava ouvir: Vai em frente. Simplesmente não me dizem nada. Mas eu sei que preferem que eu fique no retardo. Não vêem que eu preciso ir atrás das minhas coisas. Ter as minhas conquistas e que isso é essencial para qualquer ser humano. Eu não quero demais. Eu só quero seguir em frente e depois olhar pra trás e ver que construí alguma coisa. Eu não quero mais depender. Eu quero em algumas horas me sentir auto-suficiente. E isso é querer demais? Tenho certeza que não. Quero pôr em risco mesmo assim. O tentar e errar ainda assim vai ser bom pra mim. E eu tenho que estar certa disso, me apegar a isso e lembrar sempre que me der vontade de desistir.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

O tempo certo

Com o tempo você vai aprendendo certas coisas. Vai aprendendo que ser uma pessoa educada, se ganha muito mais. Que em certas horas é melhor ficar calado e que em outras se ficar calado te fazem de besta. Você aprende que o amor é o sentimento mais belo do mundo, mas aprende também que nem todo mundo vai compartilhar ele com você, ou dar o mesmo valor que você dá a ele. Você aprende a engolir sapos pra conviver com alguém, e dizer que é assim que vocês se dão bem. Aprende que paciência é uma das maiores virtudes e que ela não deve ter limites: perdê-la pode ser um perigo. Ser grosseiro é feio, ser bondoso demais é tolice. Aprende que o mundo é uma eterna competição e que rasteiras serão dadas em você. Aprende que as injustiças acontecem e que se indignar com isso vai se tornar tão natural quanto achar o injusto natural ( deu pra entender isso aqui? ). Aprende que algumas coisas são importantes, quase essenciais e que de repente elas já não tem a menor graça. Aprende a dura realidade de que não existem amizades, nem amores para sempre. Por que a vida muda e novas pessoas aparecem, os nossos gostos mudam e nós mudamos. Aprendemos que os erros é quem mais nos ensinam, que amanhã tudo pode mudar e que o tempo é quem enxuga nossas lágrimas. E que se não assimilamos tudo isso e não aprendemos de maneira rápida e eficaz, o mundo nos engole, as pessoas passam a nossa frente e nós ficamos para trás perdidos, atrasados, arrasados, marginalizados.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

torn.

Está tudo pelo avesso. Eu não consigo me organizar. Falta tato, falta senso. Falta coragem. A preguiça que briga com a consciência. Devo fazer, mas não faço. Devo estudar, mas não estudo. Devo organizar meus horários, mas não organizo. Que fase meu Deus! Preciso emagrecer, mas não tomo uma atitude. Preciso ler mais, mas enjoou da leitura fácil. Preciso juntar dinheiro e comprar mais coisas pra mim – e isso é possível – mas quando vejo não tenho dinheiro nem pra comprar um grampo. E pra onde ele foi? Sei lá! E não vou nem falar de sentimentos. Há um caos dentro de mim. No amor, amigos e família. Nada em perfeita harmonia pra amenizar. Que droga!

Sonhos

Eu gosto dessa palavra. Eu gosto de me permitir sonhar sem tirar os pés do chão. Como isso acontece? Sei lá acho que só eu sei. Mas eu sonho alto nos sonhos, e na
realidade sou racional. Talvez por temer que os meus sonhos não se realizem, porque eles chegam quase a ser utópicos.
Mas vamos falar de sonhos que se sonha dormindo. Não falo de sonho-desejo. Falo daquele inconsciente que vem quando você encosta a cabeça no travesseiro. Seria ele tão inconsciente assim? Tenho minhas dúvidas. Às vezes eu sonho coisas loucas, sem sentido, sem noção. Mas outras tantas, sonho o que na realidade eu sempre quis realizar. É no sonho onde tudo se realiza. Para os sonhos não há segredos. No sonho a gente revela ao mundo aquela paixão contida. Passeia de mãos dadas com ela, e até mesmo tem coragem de se declarar. É nos sonhos que aparecem os nossos medos. Quando tememos alguma coisa, vêm os pesadelos. Pesadelo é só um sonho mal. Acho que explicarei assim aos meus filhos.
Já sonhei realizando tanta coisa...
Nos meus sonhos parece não existir fracasso. Queria ser a menina dos meus sonhos. A Thaisa que não teme errar ou perder, vai em busca dos seus desejos simplesmente porque é preciso ir. É preciso tentar. Bom, mas enquanto eu não sou assim, vou andando e sonhando e cantando e seguindo junto com a canção. Sem esquecer de ser feliz, afinal eu me permito tudo isso. Eu me permito sonhar. E isso é o mais importante. All right?