domingo, 19 de outubro de 2008

Que me acometa.

Erros. Porque uma vida não
É vida sem eles.
De tão certa, estou errada.

Que me acometam,
Tristezas, arrependimentos,
Pedidos de perdão.

Que eu possa dizer:
Eu não devia ter feito isso...
Ou aquilo.

Porque todos erram,
Estrapolam,
Vão além da conta,
E correm riscos.

Jovens não são comedidos,
Não são sempre responsáveis,
Não são sempre prudentes.

Que eu seja prudente
Por ser sempre jovem,
Que eu nunca esqueça
Que a vida corre,
E que lá na frente
Eu já não possa mais.

Me deixe cometer.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

E você...Já?

Eu já brinquei até ralar os joelhos,
e ainda assim não parei de brincar.
já sofri decepções amorosas,
e não perdi a vontade de me apaixonar de novo.
Já pensei que paixão fosse amor,
e o amor mesmo acabou sendo uma simples paixão.
Já quebrei a cara,
já bati a cabeça e perdi a memória.
já chorei em frente ao espelho pra ver como ficava.
Já pensei que me matar fosse a melhor solução,
e vi que no outro dia tudo acaba bem.
Já chorei por amor, por alegria, por raiva e profunda tristeza,
já pensei que o mundo fosse acabar,
e que bruxos existiam.
Já tive muito medo do escuro e de ficar sozinha,
já tive crise de riso até fazer xixi nas calças,
já ri e chorei ao mesmo tempo,
já fui uma fã fanática,
já briguei por religião e política,
já perdi grandes amizades e isso foi o que mais me fez falta,
já perdi grandes amores e isso não me fez tanta falta assim,
já tive o melhor dia da minha vida,
já descobri que a gente se engana muito,
já mudei muito os meus princípios,
já achei que estava completamente certa quando estava errada,
já dançei dancinhas ridículas para os outros verem,
já inventei brincadeira e fui maloqueira,
já fui gandula e café-com-leite,
já robei fruta do vizinho,
já quebrei vidro de carro jogando bola,
já joguei sal em lesma e em sapo,
já gritei até perder a voz,
já fiz o que sempre condenei,
e depois me senti muito mal por isso,
já ri de mim mesma, já cometi várias gafes e
me senti envorganhada uma porção de vezes.
já pensei que tudo era pra sempre,
e vi que o pra sempre sempre acaba...

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Das estrelas, o conforto.

Diante de todas as estrelas que produz o firmamento, apenas uma lhe chamava atenção. Era noite translúcida, com uma minguante no canto. Dava vontade de contar todos aqueles pontos brilhantes e se tivesse um lápis mágico, interligavo-os, contornando de vermelho aquela que mais lhe chamava atenção. Ela produzia uma luz intensa, era também a maior de todas. Lembrou-se da voz lenta e suave de sua mãe dizendo:

- Está vendo aquela estrela brilhante? Aquela ali, maior de todas? - E apontava pra cima, mostrando o astro para menina. - É a sua avó brilhando pra gente lá do céu.

Quando criança, acreditava fielmente naquilo, e a crença não desapareceu. Esquecendo ciência, religiões ou realidade, é bom as vezes a gente acreditar em algo que nos conforte mais. Em algo que mesmo que não seja a verdade, tem uma beleza muito maior que o verdadeiro.