
O que nos fere sem arma,
O que dá saltos sem trampolim,
O que desafia nossa mente
e briga com a razão.
O que preenche nossa alma,
revigora e transforma tudo,
em sonhos nada lúcidos.
O que nos engana,
e nós da certeza.
O professor do amor,
sem nem ao menos esperar que terminemos
o ABC. Sem saber. Porque?
O que tem voz,
mas não fala.
O que tem caminho,
que nem sempre pode ser seguido.
O que transforma,
nos borra,
nos cora.
O que se finge,
e se inibe.
O que sente dor,
não grita,
mas chora.
O que manda,
e não obriga.
O que sente ódio,
sente repulsa,
e ainda assim pulsa.
O que é um órgão
que parece gente
dentro do peito,
espremido, incompreendido,
mas nos dando sentido,
a nossa alma oras ferida.