A infância é sem dúvida a melhor fase da vida. A gente faz tudo o que dá vontade, sem ponderações, sem se preocupar com o que o outro vai pensar. Faz por que deu vontade, por que aquilo vai te fazer bem, sem saber se é certo ou errado. Mas sempre é certo para nós.
É a fase em que há imaginação para tudo. Quem teve infância, já teve um amigo imaginário. Eu tive. Era um menino americano loirinho. O nome? Bom, é muito complicado, acho que só existe mesmo a pronúncia. A gente brincava muito e competia bastante. Quem sempre ganhava? Eu. Lógico. Mas ele não se chateava. Era muito bom brincar com ele. E conversar também. Ele me era todo ouvidos. Ele aparecia sempre quando eu queria, e desaparecia quando eu tava de saco cheio. Ele me entendia. Hoje ele não existe mais, mas é incrível como a imaginação toma proporções quase reais. O seu rosto ainda é nítido na minha mente.
Não teve criança que não inventou brincadeiras. A sua brincadeira. A sua maneira de brincar. Eu era maloqueira de rua. E isso era o melhor. Era metida a vendedora também. Fiz mesinha pra alugar gibis. Fiz perfume de mato e coloquei em frascos velhos. O preço era amigo: 1 real. Levei muita queda de patins, bicicleta, carrinho de rolimã e afins. Os joelhos eram pretos de viver no chão. Nem lembro de estudar nessa época... Agora – não muito tempo depois – meu passatempo é filosofar em frente ao computador. Arrumar umas palavras de forma meio besta e relembrar os velhos tempos. É, hoje estou nostálgica. Mas pelo menos tenho o que relembrar e isso é o que muitas vezes te sustenta. Chega, isso já ta virando um saudosismo insuportável. Até outro dia, com um humor mais agradável. Hasta la vista.
sábado, 22 de setembro de 2007
terça-feira, 11 de setembro de 2007
3 minutos
O médico, sentado à cabeceira da cama disse:
- Lamento muito, mas você só tem 3 minutos.
As palavras pareceram chicotear em seu rosto, mas logo em seguida veio uma calma absoluta. O que fazer com 3 minutos restantes de sua vida? Nada parecia absurdo. Tudo já não dava mais. De repente lhe vieram bobagens à mente. Os e-mails que recebera ao longo da vida. Muitos diziam para aproveitá-la ao máximo, não deixar para o amanhã o que se podia fazer hoje, que talvez não houvesse tempo para dizer palavras doces ou realizar um sonho... Pensou também como o tempo estava passando rápido naquele ano... Mas parou de pensar. Que bobagem! Estava morrendo, oras! 2 minutos. Apenas 2 minutos. Pensou nas pessoas queridas. Nenhuma delas ali. Certamente ninguém imaginaria que estava morrendo agora. Não sentiu tristeza, um pouco de medo, talvez. O que lhe esperaria? Faltava um minuto para saber. Então olhou para o médico ao seu lado. Ele nada falava, lhe fazia um silêncio em respeito. Ele se esforçara com tanto empenho para lhe deixar viva... Era a única pessoa que estava partilhando o momento mais importante de sua vida.
Ela nunca se perguntara o que faria se tivesse somente três minutos de vida e agora não sabia o que fazer.
- Eu te amo.
O médico pareceu surpreso. Ela o amava? Não! Era a primeira e última vez que o estava vendo. Mas queria fazer de seu último minuto o mais belo. Ela tivera a oportunidade de escolher o que fazer com seu último minuto de vida. As suas últimas palavras foram as mais simples e mais belas. Ela era privilegiada. Quem sabe sua história não viraria um e-mail? O QUE VOCÊ FARIA SE TIVESSE APENAS 3 MINUTOS DE VIDA? Riu da sua própria piada e se foi.
- Lamento muito, mas você só tem 3 minutos.
As palavras pareceram chicotear em seu rosto, mas logo em seguida veio uma calma absoluta. O que fazer com 3 minutos restantes de sua vida? Nada parecia absurdo. Tudo já não dava mais. De repente lhe vieram bobagens à mente. Os e-mails que recebera ao longo da vida. Muitos diziam para aproveitá-la ao máximo, não deixar para o amanhã o que se podia fazer hoje, que talvez não houvesse tempo para dizer palavras doces ou realizar um sonho... Pensou também como o tempo estava passando rápido naquele ano... Mas parou de pensar. Que bobagem! Estava morrendo, oras! 2 minutos. Apenas 2 minutos. Pensou nas pessoas queridas. Nenhuma delas ali. Certamente ninguém imaginaria que estava morrendo agora. Não sentiu tristeza, um pouco de medo, talvez. O que lhe esperaria? Faltava um minuto para saber. Então olhou para o médico ao seu lado. Ele nada falava, lhe fazia um silêncio em respeito. Ele se esforçara com tanto empenho para lhe deixar viva... Era a única pessoa que estava partilhando o momento mais importante de sua vida.
Ela nunca se perguntara o que faria se tivesse somente três minutos de vida e agora não sabia o que fazer.
- Eu te amo.
O médico pareceu surpreso. Ela o amava? Não! Era a primeira e última vez que o estava vendo. Mas queria fazer de seu último minuto o mais belo. Ela tivera a oportunidade de escolher o que fazer com seu último minuto de vida. As suas últimas palavras foram as mais simples e mais belas. Ela era privilegiada. Quem sabe sua história não viraria um e-mail? O QUE VOCÊ FARIA SE TIVESSE APENAS 3 MINUTOS DE VIDA? Riu da sua própria piada e se foi.