sábado, 22 de setembro de 2012
Homem-escudo
A testa é quase sempre cheia de gotículas de suor. O cenho franzido. A vida tornou-o escudo.
São muitos nãos para poucos sims. Sua é conversa monossilábica e quando a ocasião lhe pede um pouco mais, Carlos ainda consegue ser sucinto!
O danado perdeu a paciência há tempos. Tempos estes que diz que foram tolos. Hoje, já não são mais. Não perde tempo com as bobagens de antigamente.
É homem feito, o Carlos. Precisa trabalhar dez horas no dia, comer duas, dormir nenhuma e resmungar cinco. Mas resmunga o nosso amigo Carlos!
Nunca dá tempo de contar o que lhe incomoda. Talvez seja o calo, ou o sapato apertado, ou a sua vida que já é um calo daqueles de raiz. Pobre do Carlos! Tão sério, tão calado... Não para pra nada, porque crê que é assim que tem que ser. Pra quê? Pra quê, nem ele sabe, e eu nem me atrevo a perguntar. Carlos além de tudo, é muito mau humorado.
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
Vem do sol, vem do mar, vem do vento que me despenteia,
vem do universo que conspira a favor,
pra favorecer, me favorecer em ti.
Vem para me tirar as explicações,
o sono, a paz.
Desconcerta e despedaça,
e depois como faço para consertar o inteiro?
Porque eu fiquei só um pedaço,
a outra parte, pertence inteiramente a ti.
sábado, 12 de novembro de 2011
"!"
A minha alma está se enchendo de fantasmas.
Da insegurança. Da indecisão. Do medo do novo.
Porém, muitas vezes os fantasmas tornam-se
pequenas aspas de compreensão,
e fica notório em mim,
o amadurecimento que sempre desabrochou.
Da insegurança. Da indecisão. Do medo do novo.
Porém, muitas vezes os fantasmas tornam-se
pequenas aspas de compreensão,
e fica notório em mim,
o amadurecimento que sempre desabrochou.
Mata borrão
Um travesseiro pétreo.
Uma cabeça cheia de nuvens pesadas e púmbleas.
Uma agonia sem descanso,
e uma espera que me deixa atada numa camisa de força.
Cansei...
O sonho que tantas vezes esteve agarrado na minha mão,
tantas outras vezes foi embora para longe...
Tal qual o vento nas pétalas de um dente-de-leão.
Uma cabeça cheia de nuvens pesadas e púmbleas.
Uma agonia sem descanso,
e uma espera que me deixa atada numa camisa de força.
Cansei...
O sonho que tantas vezes esteve agarrado na minha mão,
tantas outras vezes foi embora para longe...
Tal qual o vento nas pétalas de um dente-de-leão.
Saíste do tom
Não quero mais o seu tom.
Azedou todo o doce que tinha em mim.
Sabe quando o ponto desunera?
Pois bem, estou toda desunerada,
e por você já não posso fazer mais nada.
Azedou todo o doce que tinha em mim.
Sabe quando o ponto desunera?
Pois bem, estou toda desunerada,
e por você já não posso fazer mais nada.
domingo, 25 de setembro de 2011
Eu sou...
Aceito novidades limitidas. Sou cabeça semi aberta.
Só julgo com meias palavras.
Sou uma aventureira territorialista.
E quando parto quero voltar logo.
Eu gosto de ter para onde voltar.
Aliás, não gosto de voar,
gosto de planar.
Gosto de me enraizar,
gosto do meu lugar.
E quando eu o chamo de lar,
não quero mudar.
Sou uma caretinha meio hipócrita.
Na verdade sou bem simplesinha.
Já nasci velha,
para morrer jovem um dia.
Só julgo com meias palavras.
Sou uma aventureira territorialista.
E quando parto quero voltar logo.
Eu gosto de ter para onde voltar.
Aliás, não gosto de voar,
gosto de planar.
Gosto de me enraizar,
gosto do meu lugar.
E quando eu o chamo de lar,
não quero mudar.
Sou uma caretinha meio hipócrita.
Na verdade sou bem simplesinha.
Já nasci velha,
para morrer jovem um dia.
Bandido Coração
Óh, bandido coração!
Que queres tu de mim,
se numa mão tens uma faca que dilacera o meu peito,
e com a outra tu juntas os cacos?
Queres uma compreensão tamanha que não cabe mais a mim...
Óh, bandido coração!
Contigo vale a reciprocidade:
dá-me pouco, ganhas pouco.
Ganhas beijo amargo e de mim só um pedaço.
Não sou teu suporte, nem aguento coisas pesadas...
Óh, bandido!
Porque és tão retraído,
tão distraído,
tão intranquilo,
que põe em perigo a minha sanidade?
Que queres tu de mim,
se numa mão tens uma faca que dilacera o meu peito,
e com a outra tu juntas os cacos?
Queres uma compreensão tamanha que não cabe mais a mim...
Óh, bandido coração!
Contigo vale a reciprocidade:
dá-me pouco, ganhas pouco.
Ganhas beijo amargo e de mim só um pedaço.
Não sou teu suporte, nem aguento coisas pesadas...
Óh, bandido!
Porque és tão retraído,
tão distraído,
tão intranquilo,
que põe em perigo a minha sanidade?